quarta-feira, 3 de junho de 2009

As Juntas do Poder

Uma característca do modelo autárquico actual é a força centrípta que a Câmara Municipal exerce sobre as Juntas de Freguesia. Uma vez dependentes da boa ou má vontade daquela, não restam grandes alternativas aos autarcas das freguesias que pretendem fazer obra senão "cooperarem estrategicamente" com os presidentes de Câmara.
De tal forma assim foi que, na passagem para o segundo mandato da anterior maioria, o partido que obteve a sua primeira maioria absoluta de então passou a dominar o panorama das Juntas de Freguesia.
Hoje a situção é a mesma. O presidente em exercício e recandidato pressiona os autarcas a serem candidatos pelo seu partido e os anteriores presidentes também o fazem, mas em menor grau dado que ser oposição significa não ter muito para dar.
Porém, a questão central não é a que se prende com quem pressiona mas com quem se deixa pressionar.
Por exemplo, o que leva um conjunto de pessoas - entre elas algumas do PS - a serem candidatas há 8 anos numa freguesia que era PS pelo CDS, passados 4 anos a serem novamente candidatos pelo mesmo partido mas com um candidato à Câmara diferente, uma vez que o outro desandou para o concelho vizinho, e agora a serem - muitas delas - candidatas pelo PSD, partido do poder autárquico? Razões ideológicas? Convicções?
Por estes "pequenos" exemplos se vê que o Marco precisa urgentemente de um novo poder autárquico que promova uma mudança de mentalidades e sobretudo eleve o respeito e o amor próprios.
Artur Melo

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