A diferença

Ultimamente tenho recebido alguns telefonemas e tido conversas interessantes. Talvez dada a condição de ouvinte do que se passa no concelho, estado que tem tido uma boa aceitação das pessoas, deparo-me com situações curiosas e particulares, para não dizer bizarras. É o caso de um telefonema que recebi de um conhecido autarca marcoense.

Dizia-me ele, a propósito de um assunto para o qual queria obter determinada resposta, que "um político sem mafia não vai a lado nenhum". Pois de imediato teve a merecida resposta: "é precisamente por isso que eu sou diferente".

Porém, tenho pensado no porquê de tal afirmação. Seria para me experimentar? Para procurar meter-me nesse lamaçal? Ou simplesmente para me picar? Infelizmente, é assim a vida politica no Marco: um pouco de à vontade, algum dinheiro no bolso e a pitada de mafia necessária para vingar no meio, ou então vingar-se dos outros, os que não concordam.

Sou daqueles que pensam que mais vale uma honradez pobre que uma rica mafia, para citar o dito senhor. Não há nada, mas mesmo nada, que me faça reverter este estado. Nem a sobrevivência. E no Marco a sobrevivênvia é um estado que prolifera em muitos autarcas, que para obterem algo na mesa do poder renegam muito do seu passado político e pessoal.

Por isso, sou um republicano socialista que pensa que ainda vale a pena ter sonhos e persegui-los até a exaustão.

Artur Melo